quinta-feira, 11 de novembro de 2010

'Vigilantes' mostram resultado do aquecimento no país.

Especialistas vão nos ajudar a entender o que acontece com a natureza em nosso país.

Mas quais são as consequências do aquecimento global no Brasil? As mudanças já estão acontecendo? São visíveis? A gente pode dizer que o calor recorde do verão deste ano, a seca na Amazônia ou o branqueamento de corais no litoral do nordeste são resultado do aquecimento do planeta?

Carlos Nobre é climatologista. David Zzee, oceanógrafo. E Carlos Joly é biólogo.


“A interferência do homem levou a situação em que processos que eram naturais e que tinham uma certa velocidade agora estão se acelerando”, diz Carlos Joly.

No centro do Brasil, por exemplo. No Centro do Brasil, perto de Cuiabá, a usina hidrelétrica de manso está funcionando com apenas dois de seus quatro geradores porque o volume de água útil está pela primeira vez abaixo de 50%.

Será que já é consequência do aquecimento global?

“O que nós temos observado recentemente é uma tendência que as semanas mais quentes do ano que normalmente eram nos meses de janeiro e fevereiro, no pico do verão, em alguns lugares do centro-oeste isso está mudando para o fim de outubro e novembro. Mas nós ainda temos que esperar um pouco para ver se isso é uma coisa passageira ou se vai caracterizar como uma mudança climática”, comenta Carlos Nobre, pesquisador do Impe.
Em Fernando de Noronha, o problema é outro. Os tubarões-limão estão em situação vulnerável nos oceanos do planeta. Mas não é o que acontece em Fernando de Noronha. Esta é a espécie vista com mais frequência ao redor da ilha.

“É o animal que mais interage com as pessoas aqui na ilha. É conhecido aqui pelos pescadores como tubarão papa-areia porque ele frequenta muito a região costeira”, diz o pesquisador Leonardo Veras.

Leonardo Veras constatou que o número de tubarões-limão está crescendo por aqui e atribui ao aquecimento das águas do oceano.


“Enquanto que as outras espécies têm que procurar regiões menos quentes, esta espécie tolera bem e se adapta bem a água quente. Isto está dando uma vantagenzinha à população dos tubarões limão”, afirma Leonardo.


Nosso especialista diz que ainda não há pesquisas suficientes para relacionar essa multiplicação de tubarões-limão ao aquecimento global, mas uma coisa é certa, desequilibra o ambiente.

“Um animal maior come o menor e assim por diante. Então, a presença de um animal novo naquela região pode desequilibrar essa cadeia de alimentação”, comenta David Zzee.


               

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